Um dose de realidade
Todos usamos máscaras,
não há exceções ou predestinações,
todos representamos no palco,
no teatro do triste cotidiano,
na arena de nossos escombros,
todos entregamos uma metade,
meia laranja, meia maçã, meio limão,
estendemos meia mão em troca de afeto,
fingimos ardor e amor em troca de atenção,
na estrada da vida somos fantasmas esquecidos,
sem perdão, sem alegrias permanentes, efêmeros,
desmanchamos nas tempestades do caminho,
ardemos nos incêndios de verdades aparentes,
somos apenas grãos perecíveis de uma safra perdida...
Se quiser mudar isso, comece a encarrar suas escolhas,
reflita sobre seus passos, as mentiras que conta aquém,
as músicas que usa para embalar sonhos iludidos,
as poesias que finges escrever quando não há inspiração,
pare de dizer para si que acredita no que não vives,
enfrente suas dores, seus defeitos, seus traumas,
todas as cores com as quais se metamorfoseou,
não há sobrevivência sem camaleões,
fortaleça seu espírito com a realidade,
deixe a fantasia para os livros de ficção,
ser adulto é pagar um preço alto todos os dias,
é compreender que não há almoços grátis,
que somos nós por nós mesmos sempre,
e que ninguém estará lá por você...