O feijão e o sonho
Quando o sonho brotava emergente
e um amor me fazia bisonho,
nesta lida precoce e pungente
o feijão já roubava o meu sonho.
Mesmo assim, no suor da labuta,
sufocando a minha poesia,
ao perder cada verso na luta,
em essência o sonho não morria.
Segue a vida este fado risonho
sem saber qual a dor do poeta,
que nas rimas disfarça a esperança.
Foi trocando o feijão pelo sonho
que minha vida ficou incompleta,
deste amor resta apenas lembrança.
[Selecionada nos Concursos Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos (coletânea), v. 74, março/2011; e Panorama Literário Brasileiro 2011-2012–As melhores poesias de 2011, Rio de Janeiro, Câmara Brasileira de Jovens Escritores – CBJE.]
Publicada em: EU, primeira pessoa do SINGULAR! - Poesias, UICLAP, 2024.