Houve um tempo
Houve um tempo
Por vários tempos
Eu não existia.
Só quando minha contingência
Virou necessidade
Eu passei a existir.
Quando a necessidade virar
Contingência de novo
Deixarei de existir
(Tomara que demore ainda
Muito tempo)
Nesse hiato entre contingência
E necessidade
E necessidade e contingência
É que chamo minha vida.
(Reparem não. Só estou tentando
Reverter (ilogicamente) a lógica pensando
No espaço temporal da minha vida.)
Tenho impressão o primeiro dia do ano
Faz a gente pensar essas coisas
Porém, acho vou pensar essas coisas
O ano todo e os outros anos
Enquanto estiver no hiato
Entre necessidade e contingência.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 01 de janeiro de 2024