PARADOXOS EFÊMEROS
Quem é feliz? Viver é ser feliz?
Não, viver não é apenas sonhar.
Sonhar é a miséria da alma,
Eu nasci para o que não existe,
Para o que não posso conseguir.
A dor é em mim uma constante súplica,
E tenho sonhos, vãos como o vento,
Nunca se materializaram diante dos olhos.
Quem quereria a vida que eu sinto?
Quem poderia desejar o que eu desejo?
Amei, sofri, odiei-me e vivi.
Cada experiência, um fio no tecido do tempo.
E tudo foi inútil como o vento
Que o tempo leva e traz, e desenrola,
E torna a levar, sem encontrar sentido.
Quem quereria a vida que eu desejo?
Ninguém, talvez. Mas eu quisera, oh, Deus,
Ter sido feliz como ninguém jamais o foi!
Sido o arauto de um amor inabalável,
Ter tido tudo e não ter sido nada!