Vigilância
Agora foges,
Onde há de se esconder?
Câmeras te vigiam,
Perseguem,
Não há local seguro no mundo,
Te enxergam.
Sempre conseguem.
Aviões,
Barcos,
Até na navegação,
Estamos (ou não) seguros,
E desnudos,
De toda e qualquer contravenção.
Olhares nunca se apagam,
Os deuses podem te ver,
Pecado,
É provocado,
Degustas do erro,
E todos querem saber.
Seguro ou vigiado?
Na dúvida,
Todos pagam pra ver.
Nas telas,
Tolas Paisagens,
Sorria!
Pois sempre é filmado,
Expectadores,
O querem no cubo,
Ou em plano,
Desfrutam,
Do ilusório poder,
Pensam que irão te prender.
...
O que posso fazer?
Como vou me deter?
O que posso fazer?
Para poder me frear,
E pra tentar me vencer?
Onde estão os meus “eus”?
Se esconderam de mim?
As telas não capturam,
Eu vivo a vossa procura,
Por onde andam?
Não vi!
Meus olhos andam na espreita,
Ouço a intuição,
E passa um filme na mente,
Quase sem cor,
Um borrão.
Minha procura em meus textos,
Tornou-se obsessão,
Vou dixavando palavras,
As espelhando,
Ao nada,
Quase perdendo a razão.