Ainda não tem título
Toda lágrima que circula o meu rosto
Tem gosto da prisão que sou cativa
Cerco-me de palavras doces
Comporto-me como deveria
E me conforto, na verdade do que sou Silenciosamente, fecundada em poesia
Por fora, sou a forma que agrada os teus olhos
Por dentro, sou o monstro
Que ninguém acreditaria
E toda lágrima, cada uma
Carrega um pouco desse ódio
Encoberto pelos traços de delicadeza
E o manto da pureza me protege de tudo isso
Haja visto, que o que eu visto
Se desfaz na sala vazia
No cair das sombras
Minha pele deformada e irreconhecível
Não sou Santa e nem vilã
Sou a luz que de manhã não se encontra
E a escuridão que na noite se camufla
Sou artesã de sorrisos
E purgatório da culpa