Ainda não tem título

Toda lágrima que circula o meu rosto

Tem gosto da prisão que sou cativa

Cerco-me de palavras doces

Comporto-me como deveria

E me conforto, na verdade do que sou Silenciosamente, fecundada em poesia

Por fora, sou a forma que agrada os teus olhos

Por dentro, sou o monstro

Que ninguém acreditaria

E toda lágrima, cada uma

Carrega um pouco desse ódio

Encoberto pelos traços de delicadeza

E o manto da pureza me protege de tudo isso

Haja visto, que o que eu visto

Se desfaz na sala vazia

No cair das sombras

Minha pele deformada e irreconhecível

Não sou Santa e nem vilã

Sou a luz que de manhã não se encontra

E a escuridão que na noite se camufla

Sou artesã de sorrisos

E purgatório da culpa

Grécia
Enviado por Grécia em 24/03/2024
Código do texto: T8026783
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