Mais feliz como 3º

Se explorasse, sem qualquer tipo de artimanhas

As salas mais esquecidas, dos corredores mais longínquos

E abrisse cada porta que visse pela frente

Sem a preocupação do que encontrará,

Ou do que encontrará você,

Veria que sou, sim

Mais feliz

Como terceiro.

Veja, eu não completo o todo; não fecho a roda

Eu não sou assunto, eu não sou o palco

Eu não sou o firmamento.

Na realidade, eu não sou nada

Eu sequer existo ali, aqui

Em qualquer lugar.

Prefiro quando não me veem,

Busco a presença daqueles que não escutam;

Eu não fujo da luta. Eu não promovo batalhas.

Não fomento inimigos, não distribuo represálias;

Eu sumo, em meio a fumaça,

Isso quando não sou eu

Quem gera o nevoeiro.

Aproveito os bastidores, o subliminar

As entrelinhas, o cochichar;

Vejo gestos que vocês não enxergam,

Conto batimentos que vocês não sentem

Comungo com o caos pré-existente

E com todo aquele que vocês geram.

No próximo instante

Do raiar do sol

Eu já estarei distante

Escondido no lençol

Afundando no estofado

Delineando no travesseiro

Todas as cores dos meus sonhos;

As razões pelas quais

Sou mais feliz

Como terceiro.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 02/03/2024
Código do texto: T8010819
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