Mais feliz como 3º
Se explorasse, sem qualquer tipo de artimanhas
As salas mais esquecidas, dos corredores mais longínquos
E abrisse cada porta que visse pela frente
Sem a preocupação do que encontrará,
Ou do que encontrará você,
Veria que sou, sim
Mais feliz
Como terceiro.
Veja, eu não completo o todo; não fecho a roda
Eu não sou assunto, eu não sou o palco
Eu não sou o firmamento.
Na realidade, eu não sou nada
Eu sequer existo ali, aqui
Em qualquer lugar.
Prefiro quando não me veem,
Busco a presença daqueles que não escutam;
Eu não fujo da luta. Eu não promovo batalhas.
Não fomento inimigos, não distribuo represálias;
Eu sumo, em meio a fumaça,
Isso quando não sou eu
Quem gera o nevoeiro.
Aproveito os bastidores, o subliminar
As entrelinhas, o cochichar;
Vejo gestos que vocês não enxergam,
Conto batimentos que vocês não sentem
Comungo com o caos pré-existente
E com todo aquele que vocês geram.
No próximo instante
Do raiar do sol
Eu já estarei distante
Escondido no lençol
Afundando no estofado
Delineando no travesseiro
Todas as cores dos meus sonhos;
As razões pelas quais
Sou mais feliz
Como terceiro.