Cadência

Careço dessa paz inconstante

Que teima cair por entre os dedos

Ela é terno desafio pujante

Luz volante que desmascara os medos

O regresso sempre renovado

Mesmo quando gasto e falho se revela

Traz em si novo bocado

Um riso novo, um choro, outra tela

Faz abandonar a velha lente

D'uma irracional prisão sempre liberta

Entrega-se, sente, ressente

No exercício da mente, boa forma acerta

É o abalo que prova a fortaleza

A cambalear entre liberdade e apego

O comum que destaca a beleza

Amar,

fina proeza que tira sossego

(Em 20/02/24)