FRONTEIRA
FRONTEIRA
no limite do sentimento
na exaustão da sofrência
o amor se despede
numa liberdade desnuda
velha e errante
não há voz que desfaleça
nem fala que a dor adormeça
essa vida de agora
vive
dos retalhos do tempo passado
espalhados e sem costura
pelas bordas desfiados
dançam feito farrapos
quase trapos etéreos
num céu lento e adormecido
e aqui
nesse tempo escuro e monótono
gemem em silêncio trançado
o corpo cansado
a alma sufocada
em preces inaudíveis
e
a saudade feito vidro quebrado
corta
sangra
e
dói
Biguleto