DE TUDO QUE SOU

Sou o pó de poeira

recém assentada

à beira da estrada.

Na orvalhada,

o brotar da erva

no avançar da queimada,

me representa.

Uma pluma alada,

arrancada do peito

de um pardal sou eu.

Numa escada,

a saliva humana escarrada

tem também

um pouco de mim.