Martelo
Mocinho ou vilão?
Vileza, vil solidão.
O martelo destrói,
Mas também edifica.
Não solta a minha mão, não!
O martelo constrói...
Se você não quer ir...fica!
Ouse deixá-lo bater,
Não resista ao renovo.
Pois assim você vai ver,
Que o martelo despedaça,
Mas, que também edifica
É preciso nascer de novo.
Se tem que fazer...faça!
Ouça o ritmo do bate estaca,
Enquanto perfura o hímen.
A rocha em pó, se estilhaça,
Pó que se torna homem,
Que volta para a terra,
Terra de suor molhada.
Se tem que fazer...faça!
O martelo é mesmo assim,
Bate, quebra, força e fura,
Os pés e braços de Jesus.
Irrompe o sangue puro,
Sangue puro carmesim,
Lavando a alma impura,
Cravou o Cristo... na cruz!
Grita o juiz no Tribunal,
Bate o martelo na bigorna,
Profundo silêncio no recinto,
Com preço alto e cabal,
O sangue inocente se entorna.
A dívida toda está remida,
E o processo está extinto.