Tercetos

TERCETOS

Delasnieve Daspet

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O teu silêncio

Habitua-me

A ausência.

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Nos sentimentos guardados

Consigo ouvir as mágoas

Dos sentimentos feridos.

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Desenhos e desenhos

Rasgo em mil pedaços

Em minh´alma os teus traços.

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Não voltes...

Na ausência e na morte

Fostes algo que passou.

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Me doem as mãos

De tanto acenar...

E não vês.

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Ajusto as horas ao tempo,

Acomodo-me no silêncio

Do vazio que deixastes...

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A chuva no vidro da janela

Como no silêncio da noite...

Não estas!

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As noites não somem...

Na rima que esboço

A saudade navega sem parar...

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Envelheci

Acreditando em tuas mentiras,

Doces enganos que quis!

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Me feristes

Todos estes anos

Com palavras levianas.

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Hoje,

Não foi como ontem

Na tua caminhada.

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Ontem...

Nada mudou,

Basta a leveza da brisa.

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Por um fio

Estranho

Deságio...

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O ir e vir...

Da onda

Esmaece o tempo.

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Tem pessoas que insistem

Nas incursões

Das vielas...

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Apura o sentido

O nada e o tudo

Da régua que mede...

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Pés cansados

Choram fogo e sangue

Nas ruas do jardim.

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Tateio o perfume

Da luz que não ouço

E que se afasta...

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Vento interno...

O tudo e o nada não se encontram

Na métrica das horas...

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Contradiz a esperança

Que cansa

Ao saber da morte...

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Nos caminhos

Não há tempo

Expressos da noite.

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Se buscas

Um parceiro,

Comunica.

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É necessário

A conexão

Entre o desejo e a tarefa.

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Cantemos juntos

A essência do saber,

Somos irmãos.

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Envelheci...

Já não me censuro.

Alforriei-me.

Campo Grande-MS, 07 de outubro de 2011