Noturno
É madrugada,
Silêncio profundo,
No céu,
As estrelas brilham,
Insetos revoam,
Buscando a luz de lamparinas,
E eu,
Tentando dar luz a minha vida,
Lutando contra o caos,
Que minha mente cria,
Tentando fugir,
Subir,
E voltando ao fundo.
Há luz no fim do túnel.
Acendo uma vela,
E rezo a todos os santos,
Na madrugada,
A concorrência deve ser menor,
Peço ajuda para resolver essa complexidade do “eu”,
Se não o resolver,
Quero forças para aceitar,
Vezes me sinto,
Navegando em mar escuro,
Sem ver porto,
Para atracar.
A mente viaja,
O sono não vem,
Parado,
Me levou a tantos lugares,
Percorro a cidade,
Até vou além,
E vejo uma mãe,
Com seu filho a chorar.
Agora,
Em minhas orações,
Novamente me perco,
Eu peço por ela,
Pra forças lhe dá,
Imagem criei,
Sinto o desespero,
De um pai e uma mãe,
Que deseja um milagre,
Para cura encontrar.
Um senhor deitado,
Papelão é abrigo,
Foi abandonado,
Expulso,
Humilhado,
Só tem um cachorro,
Como seu melhor amigo.
Luta contra fome,
Canseira o consome,
E busca o céu,
E vai adiante,
O lixo revira,
Convive com ratos,
Baratas,
Formigas,
Piedade Senhor,
Do corpo que tanto padece,
Da mente que devido a tristeza,
Enlouquece,
E pela alma,
Que anda perdida.
A luz que vibra,
Me chama de volta,
Agora rogo o perdão,
Pois fui tão egoísta,
Há dores e dores,
Mas existem maiores
Doem mais que as minhas,
E de vergonha,
Me calo,
Observo o noturno,
Contemplo as estrelas,
E sofro,
Me culpo,
Por todas barreiras,
Que criei em minha vida.
E tento dormir,
Enxugo uma lágrima,
Que está perdida.