Noturno

É madrugada,

Silêncio profundo,

No céu,

As estrelas brilham,

Insetos revoam,

Buscando a luz de lamparinas,

E eu,

Tentando dar luz a minha vida,

Lutando contra o caos,

Que minha mente cria,

Tentando fugir,

Subir,

E voltando ao fundo.

Há luz no fim do túnel.

Acendo uma vela,

E rezo a todos os santos,

Na madrugada,

A concorrência deve ser menor,

Peço ajuda para resolver essa complexidade do “eu”,

Se não o resolver,

Quero forças para aceitar,

Vezes me sinto,

Navegando em mar escuro,

Sem ver porto,

Para atracar.

A mente viaja,

O sono não vem,

Parado,

Me levou a tantos lugares,

Percorro a cidade,

Até vou além,

E vejo uma mãe,

Com seu filho a chorar.

Agora,

Em minhas orações,

Novamente me perco,

Eu peço por ela,

Pra forças lhe dá,

Imagem criei,

Sinto o desespero,

De um pai e uma mãe,

Que deseja um milagre,

Para cura encontrar.

Um senhor deitado,

Papelão é abrigo,

Foi abandonado,

Expulso,

Humilhado,

Só tem um cachorro,

Como seu melhor amigo.

Luta contra fome,

Canseira o consome,

E busca o céu,

E vai adiante,

O lixo revira,

Convive com ratos,

Baratas,

Formigas,

Piedade Senhor,

Do corpo que tanto padece,

Da mente que devido a tristeza,

Enlouquece,

E pela alma,

Que anda perdida.

A luz que vibra,

Me chama de volta,

Agora rogo o perdão,

Pois fui tão egoísta,

Há dores e dores,

Mas existem maiores

Doem mais que as minhas,

E de vergonha,

Me calo,

Observo o noturno,

Contemplo as estrelas,

E sofro,

Me culpo,

Por todas barreiras,

Que criei em minha vida.

E tento dormir,

Enxugo uma lágrima,

Que está perdida.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 12/02/2024
Reeditado em 12/02/2024
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