Espelho
Estrada
à
noite
que
faz tropeçar
o coração
incauto
do homem vazio à procura de Deus.
Vazio,
se importa em encher pulmões e lábios,
fumaças de embriaguez
que despenca ladeira abaixo
por sobre todos os rituais
de giz e cera a que se deu.
Estrada afora,
ensino torpe,
letras de barro
encharcadas no sangue alheio,
Inexplicável,
Inexorável,
punhado de vida
por morte e maquiagem,
canto rouco de quem
se acostumou a berrar em busca de si.
Vazio,
se decepciona a cada verbo evitado
nos lábios de quem sepulta,
na cama de quem desvenda,
no colo de uma humanidade cega e nua,
incêndio incontido no coração da natureza,
caminhos traiçoeiros atribuídos
àlguma inteligência,
embora vil,
embora aparente,
embora carne cansada e ossos secos.
Beira do mar...
O homem se entrega ao suspiro,
promessas do silêncio vindouro,
derradeiro deleite matinal,
Porém,
pescaria,
a mensagem inequívoca da cruz,
verdadeiro encontro,
outra chance, meu rapaz,
que há Deus acima de ti,
vida eterna aos que contemplam.
Beira do mar...
Já não morres!
Não mais!
Face a face...
Espelho