Balada da Vida
Carreguei tantos desabamentos interiores.
Caminhei em solos que eram charcos
e se desdobravam em ondas e ciclones...
A alma se encolhia de frio.
Gritava por paz, mas não a alcançava
com as mãos amarradas nas costas.
Não ouvia minha voz interior
me dizendo que a balada da vida
era viver e não morrer.
E tantas vezes tentei que um dia as asas se fecharam
e os olhos viram o túnel escuro e longo.
O sangue se misturou com a água
e o pulsar da vida silenciou.
Hoje vejo que foi minha despedida...
despedida de mim mesma.
Daquela que se esquecia de si
e deixava de viver.
Foi quando os seixos de março
me fizeram renascer Mais Uma Vez.