AUSENCIAS

Que falta nos fazem aqueles bares,

Com mesas e cadeiras na calçada,

Que em fins de tarde, singulares,

Nos ofereciam uma cerveja, bem gelada.

Que falta nos fazem aqueles bares,

Onde a discussão corria solta,

Sobre futebol, política, pescarias,

Mulheres, em fatais mistérios envoltas.

Que falta nos fazem aqueles bares,

Que nos prendiam pela noite afora,

Que falta nos fazem aqueles, bares

E para onde eles foram agora?

Os bares que sentimos falta,

Continuam nos memos lugares a esmo,

Nos é que mudamos de jeito,

E , agora, já não somos os mesmos

Mas que falta nos fazem aquelas prosas,

Que se escondem na memória,

Sempre tinha alguém contando história,

E sempre vendedor vendendo rosas.

Nas tardes que se faziam longas,

Sempre tinha alguém com um violão,

E para afastar a solidão,

Dedilhando um samba ou uma milonga.

Naquelas tardes que já vão tão longe,

Aquelas tardes e aqueles bares,

Como miragem de lúgubre deserto,

Fogem agora, dos seus lugares,

E insistem em ficar por perto.

Teimndo em voltar agora,

Para nos obrigar a fazer , o que faz o monge:

Ajoelha-se, sobre si mesmo e chora!

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 10/01/2024
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