AUSENCIAS
Que falta nos fazem aqueles bares,
Com mesas e cadeiras na calçada,
Que em fins de tarde, singulares,
Nos ofereciam uma cerveja, bem gelada.
Que falta nos fazem aqueles bares,
Onde a discussão corria solta,
Sobre futebol, política, pescarias,
Mulheres, em fatais mistérios envoltas.
Que falta nos fazem aqueles bares,
Que nos prendiam pela noite afora,
Que falta nos fazem aqueles, bares
E para onde eles foram agora?
Os bares que sentimos falta,
Continuam nos memos lugares a esmo,
Nos é que mudamos de jeito,
E , agora, já não somos os mesmos
Mas que falta nos fazem aquelas prosas,
Que se escondem na memória,
Sempre tinha alguém contando história,
E sempre vendedor vendendo rosas.
Nas tardes que se faziam longas,
Sempre tinha alguém com um violão,
E para afastar a solidão,
Dedilhando um samba ou uma milonga.
Naquelas tardes que já vão tão longe,
Aquelas tardes e aqueles bares,
Como miragem de lúgubre deserto,
Fogem agora, dos seus lugares,
E insistem em ficar por perto.
Teimndo em voltar agora,
Para nos obrigar a fazer , o que faz o monge:
Ajoelha-se, sobre si mesmo e chora!