Aos Teus Pés
E o teu silêncio sorriu...
Enquanto andavas à procura,
medos ocultos aos modos desajeitados
de quem jamais se compreendeu
por tamanha incompreensão,
no contemplar-se,
no entregar-se,
ao redor.
E o teu silêncio sorriu...
Enquanto andavas perdido,
valentia etílica que esconde o pranto,
fumaça de cortinas onde o ato já não vale,
vida incoerente e incapaz de viver
na palma da mão de quem jamais
se comprometeu por evidente inanição,
no cuidar,
na esperança,
fraqueza sincera ciente do fim.
E o teu silêncio balbuciou, enfim:
Caí, Senhor,
reiteradamente,
desesperadamente,
a vida inteira à espera
da paz sonhada,
da alegria desconhecida,
do fardo que se poderia ir.
E foi.
Se foi!
Quão excelsa descoberta!
Cair de joelhos para que eternamente
possa permanecer de pé...
Aos Teus Pés