JB Xavier
 

No gosto acre da vida, 
Sigo com os olhos molhados,  
Deambulando entre as palavras 
Que sempre pensei ter sob controle, 
Tentando desconstruir 
A rasa sensação de impossibilidade
Em alcançar os píncaros tão sonhados.... 
Dorme no mais escuro dos meus porões 
Um hino distorcido 
Impossível, ainda não escrito 
E mesmo assim dividindo águas
Nessas cascatas desconhecidas 
Onde navego ao sabor das inconsequências...
Resta o que não consigo entender 
Por mais que soem amigas para mim
As notas dessas canções que me sopra a vida...
Tropeço na intimidade do infinito
No instante onde a desordem 
Ergue o caos que ao meu redor me chama,
Desalinham-se palavras,
Sem que consigam expressar 
Ou mesmo conjugar as minhas dúvidas 
Reduzidas ao silêncio 
Dos lábios que buscam murmúrios
Apenas para se sentirem também paralisados
Diante deste arfar infinito 
Que arranca de meu peito um grito 
No árido deserto de in
tenções irreveladas.

JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 04/01/2024
Reeditado em 10/02/2024
Código do texto: T7969162
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