Olhar-objeto
Penso que nenhum ser humano poderia ficar num mesmo lugar por muito tempo.
Viajar é vital assim como respirar, sentir no rosto uma brisa, um vento.
Uma brisa suave num tom encaracolado.
A vida não dá permissão para ficar estacionado.
O olhar apenas de um ponto pode ser muito limitado.
Viajar o mundo... o mundo dos outros... impregnar um olhar diferente.
A vida não é estática. Ela se movimenta o tempo todo... e o tempo...
Ah! O tempo é reticente...
Estando você triste, raivoso, letárgico ou contente...
O que dizer dos vários olhares? Seria um chamado vocacional?
Para Lacan, o conceito de “olhar-objeto” influencia toda a dinâmica social.
Os outros nos olham e afetam essa tão complexa relação interacional.
O olhar do outro nos constitui como sujeitos... com defeitos às vezes, banal.
Nessa “dynamis”, que vem do grego como: força, energia vital,
o olhar do outro sobre o outro precisa ser direcional, caso contrário, não alcançará jamais o que é ideal.
Às vezes pode nos aprisionar. Ler o outro não é tarefa fácil de realizar.
O viajante em essência está sempre em movimento,
Por isso, é preciso estar atento.
Nosso olhar não tem o direito de determinar onde o outro deve se encaixar.
O ser humano ainda é livre...livre... livre para sonhar.
Em, 03 de janeiro de 2023.