Nem sempre quero caminhar

 

Se o caminho é dado a cada passo,

penso que, talvez,

eu não tenha paciência para o aguardar.

 

Nem sempre quero caminhar.

Tem dias quero aquietar-me

à sombra da árvore e contemplar

o mar distante e a linha do horizonte

que dorme sobre as águas plácidas e brilhantes.

 

Meu voo se assemelha ao da andorinha.

Muitas vezes em círculos, antevendo chover chuva...

Minhas asas abertas só se fecham quando pouso no fio.

Então observo o chão e olhos que me contemplam de longe.

Voam outras andorinhas no infinito nublado,

enquanto aguardo o caminho do sonho se abrir... 

 

Foto: Maria.