Juízo final
Bate,
descompasso,
rebate,
reafirma os sermões,
reagrupa os sentidos,
bate, alta madrugada, à porta do amanhecer.
É na calçada que finda o verso.
É na calçada que morre a vida.
Beneficiário da própria sorte
exposto à nudez da própria morte...
Quanto se quis salvar-te, garoto!
Quanto verbo te foi clamado,
nas esquinas,
nas ladeiras ,
aos prantos,
em secreto,
em alta voz.
Bate,
mata,
sufoca,
desdenha de ti, incrédulo à Verdade do Pai,
assiste o espetáculo da última quimera,
na verdade,
goles de cachaça e ruídos de taquicardia...
Por que duvidaste, homem de pouca fé?!
Juízo final