Juízo final

Bate,

descompasso,

rebate,

reafirma os sermões,

reagrupa os sentidos,

bate, alta madrugada, à porta do amanhecer.

É na calçada que finda o verso.

É na calçada que morre a vida.

Beneficiário da própria sorte

exposto à nudez da própria morte...

Quanto se quis salvar-te, garoto!

Quanto verbo te foi clamado,

nas esquinas,

nas ladeiras ,

aos prantos,

em secreto,

em alta voz.

Bate,

mata,

sufoca,

desdenha de ti, incrédulo à Verdade do Pai,

assiste o espetáculo da última quimera,

na verdade,

goles de cachaça e ruídos de taquicardia...

Por que duvidaste, homem de pouca fé?!

Juízo final

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 28/12/2023
Código do texto: T7964137
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