Meu Olho Esquerdo

Sob o céu sombrio, onde o destino se tece,

Um olhar marcado pela dor, cicatriz que não esquece.

Meu olho esquerdo, testemunha silente,

De um instante trágico, marcado pela mente.

 

No eco do disparo, o tempo se quebrou,

Na mira do destino, a vida se desdobrou.

A bala traçou caminhos indesejados,

Mas meu olho esquerdo, resiliente, tem olhos fechados.

 

Na sombra da tragédia, um feixe de luz persiste,

A visão transformada, mas a alma resiste.

Cicatrizes contam histórias de um passado ferido,

Mas no olho esquerdo, há um brilho resiliente, não vencido.

 

Ainda que o tiro tenha rompido a normalidade,

A força do olhar não se rende à fatalidade.

No espelho da adversidade, um reflexo forte,

Meu olho esquerdo, um testamento de sorte.

 

No silêncio das lembranças, um poema se entrelaça,

A história do olho esquerdo que, apesar da desgraça,

Carrega consigo a coragem de enfrentar a escuridão,

Um símbolo de superação, resiliência e redenção.

 

(Em 2005, fui vitima de um assalto que mudou minha vida. Um disparo atingiu minha cabeça, milímetros abaixo do meu olho esquerdo. O impacto deixou-me com uma perda parcial da visão e todo o lado esquerdo do meu rosto ficou dormente. Diante dessa tragédia, transformei minha dor em palavras, dando vida a um poema.)

Robert Freyr
Enviado por Robert Freyr em 27/12/2023
Reeditado em 08/04/2024
Código do texto: T7963220
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