Meu Olho Esquerdo
Sob o céu sombrio, onde o destino se tece,
Um olhar marcado pela dor, cicatriz que não esquece.
Meu olho esquerdo, testemunha silente,
De um instante trágico, marcado pela mente.
No eco do disparo, o tempo se quebrou,
Na mira do destino, a vida se desdobrou.
A bala traçou caminhos indesejados,
Mas meu olho esquerdo, resiliente, tem olhos fechados.
Na sombra da tragédia, um feixe de luz persiste,
A visão transformada, mas a alma resiste.
Cicatrizes contam histórias de um passado ferido,
Mas no olho esquerdo, há um brilho resiliente, não vencido.
Ainda que o tiro tenha rompido a normalidade,
A força do olhar não se rende à fatalidade.
No espelho da adversidade, um reflexo forte,
Meu olho esquerdo, um testamento de sorte.
No silêncio das lembranças, um poema se entrelaça,
A história do olho esquerdo que, apesar da desgraça,
Carrega consigo a coragem de enfrentar a escuridão,
Um símbolo de superação, resiliência e redenção.
(Em 2005, fui vitima de um assalto que mudou minha vida. Um disparo atingiu minha cabeça, milímetros abaixo do meu olho esquerdo. O impacto deixou-me com uma perda parcial da visão e todo o lado esquerdo do meu rosto ficou dormente. Diante dessa tragédia, transformei minha dor em palavras, dando vida a um poema.)