Meu mundo... (não há outro)
Meu mundo todo está do avesso,
eu já nem mais me admiro.
Parece ser tão alto o preço,
já é assim desde o começo
e será quando eu tiver sido.
E outro, enfim, eu não conheço,
tampouco algo parecido.
Por isso, é nesse que envelheço,
por mais que eu tenha-lhe desprezo,
só neste louco mundo habito.
E se há outro, não entristeço,
pois neste me tenho conhecido.
É deste mal que vem meu texto,
mesmo que em nada enriqueço
e nem amor eu tenha tido.
Não há escolha, eu só aceito
só esta escola eu tenho visto.
É este o carma, e eu mereço,
é meu enterro e é meu berço,
é onde sumo, é onde existo.