Há tempo...
Há tempo, querida...
Apesar das mentiras,
cortinas de gemidos,
dores sufocadas pelo
tanto amar,
apesar,
ademais.
Há tempo, querida...
Apesar das verdades,
gozos findos e breves
rumo à fantasia
de apenas sonhar,
apenas,
ameno,
torpor.
Há tempo, querida,
demasiado tempo inerte entre o que se foi
e o que poderia ser,
talvez será ou meramente eco,
mas sempre há tempo
para quem não desiste,
e tudo suporta,
e tudo espera,
e tudo crê...
Amor, filha.