Fica o som do silêncio do Vento que soprou...

 

O silêncio do Vento sopra o tempo para distâncias

que tecem um abismo entre o ir e vir das luzes nos olhos.

O verde musgo deixa cair a chuva que escorreu em sua pele ardida.

Sempre houve partilha e sentimentos porque se ama a qualquer tempo.

E o Tempo se faz Sol, se faz a terra da Montanha abraçada pela névoa.

 

Não há como fazer um desenho para as palavras enraizadas no peito.

São tão profundas, tão intensas.

Por isso, se embolam na garganta, se enrolam como fios no pensamento...

tempestade em mar plácido e de águas quentes.

 

Sinto! E para isto que são as palavras. Para serem sentidas.

Mesmo que o silêncio do Vento sopre o tempo para distâncias

que tecem um abismo entre o ir e vir das luzes nos olhos.

Fica o som do silêncio do Vento que soprou...

e o sonho de que as luzes voltem nas ondas de tépidas brisas

e se façam tempestade em águas quentes

de um Mar que navega - eterno - em meus pra dentro.

 

Pintura: Monika Luniak