Inconstância
Ainda que me aprisionem,
Minha mente,
Com a liberdade criada,
Se delicia.
Ainda que me calem,
Meu grito irá ecoar,
Em folhas de papel,
Telas de celular,
Introduzido na mente,
Daqueles olhos perdidos,
Que pararam para ler,
Se põe a pensar,
E voltaram,
Para outros olhos procurar.
Me tirem o papel,
Decepem meus dedos,
Mas meus pensamentos,
Nunca irão controlar,
Me anulem,
Se calem,
Me cale,
Tapem os ouvidos,
De fim aí meu corpo,
Mas minha alma,
Não irão alcançar.
Tenho a vantagem de não ser daqui,
Na realidade,
Não tenho lugar,
Atemporal,
Amoral,
E amador,
Mantenho a criança viva,
Apesar das circunstâncias,
Ela insiste em brincar.
Não me julguem,
Sou meu próprio inquisidor,
Pela vossa moral e religião,
Adoeço,
Terei que pagar,
O meu “eu” primitivo,
Quer destruir tudo,
Meus instintos em alerta,
Querem sempre atacar,
Reprimo e libero a força,
E a inconstância se cria,
Essa,
Não sei controlar.