Do cosmos ao nada
Chamam-me de louco, pois diante de tantos diamantes, os joguei no rio. Todos eles, não sobrou nenhum. São apenas pedras, pedras que nada me valem. Quero montar em dragões e voar para o distante sem destino. Sair da estante da vida terrena e viajar pelo cosmos! Não quero também ouro ou prata; a mim não interessa o que os outros homens escolhem dar valor. Tudo isso é apenas ferro, e mais nada! Dizem-me que ouro compra comida, mas também não quero a comida deste mundo. Quero me alimentar dos sonhos que ainda possuo. E, quando empanturrado, deixar que se tornem verdade dentro da minha carne, até que inevitavelmente eu me dissipe, como coisa qualquer que um dia foi e depois deixou de ser.