Marcas do tempo
Viver é intenso, seja na dor ou na alegria, esquecer-se, largar-se...
sentindo-se viva, com os ventos soprando... e as nossas emoções
sem serem levadas para longe.
Nas noites de vã ilusão, banhar-se de sonhos
secretos que não se refletem diante do espelho.
Faz refletir no que são as marcas do tempo...
e que não se esconde na alma, antes afloram,
num vazio que não suaviza na estranheza do ser.
Sem brigar com o tempo, a solidão enraizada
persiste por dentro, ela veio antes de mim.
Contudo...
sentindo-me um tanto perdida, olhando as estrelas,
fugindo do silêncio da noite, nelas me reencontro.
Elas, até me ignoram, estão, à revelia das noites
quentes ou frias, desconhecem o amargor
de uma ilusão que não existe e que há muito se foi.
Os anseios também se foram, e tudo, não passa
de lembranças, o que sinto ou deixo de sentir
não importa, o sono e o sonho é o destino
certo e ele é todo meu, já sonho sem esperança.
As flores se foram, o amor? - Ah esse nunca me acenou,
enquanto o meu jeito de amar, se perpetua sem despertar,
antes afoga-se em solidão, a solidão de sozinha amar.