O Sal da Terra

A terra tremeu.

Rumo ao centro,

Máquinas perfuram,

Para saciar o monstro da exploração.

Perde-se o sabor.

Deixaremos de ser o sal da Terra,

Com medo que ela nos deguste,

Tamanha fome,

Mortos,

Para sua saciedade.

O oco procura o preenchimento.

O choro ecoa no vazio,

Passos removidas,

Pouco importa o tempo,

Tantas paredes erguidas,

Sobre uma base,

Amaldiçoada.

Dádiva ou livramento?

Há sacrifícios para os gentios,

E em sua confortável poltrona,

Um rei,

Exila toda uma sociedade para o desmoronamento.

Deixem seus lares!

Escolas,

Serão novas formas de acampamento.

Através de estudos preliminares,

Vossas vidas,

Serão usadas para preenchimento.

Por agrado,

O poder público se cala.

Varrem os restos humanos,

Alguns,

Em cuidados paliativos,

Aguardando o esforço de uma vida,

Histórias,

Que serão esquecidas,

Por um buraco,

Engolida,

Sem poder fazer nada.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 06/12/2023
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