O Sal da Terra
A terra tremeu.
Rumo ao centro,
Máquinas perfuram,
Para saciar o monstro da exploração.
Perde-se o sabor.
Deixaremos de ser o sal da Terra,
Com medo que ela nos deguste,
Tamanha fome,
Mortos,
Para sua saciedade.
O oco procura o preenchimento.
O choro ecoa no vazio,
Passos removidas,
Pouco importa o tempo,
Tantas paredes erguidas,
Sobre uma base,
Amaldiçoada.
Dádiva ou livramento?
Há sacrifícios para os gentios,
E em sua confortável poltrona,
Um rei,
Exila toda uma sociedade para o desmoronamento.
Deixem seus lares!
Escolas,
Serão novas formas de acampamento.
Através de estudos preliminares,
Vossas vidas,
Serão usadas para preenchimento.
Por agrado,
O poder público se cala.
Varrem os restos humanos,
Alguns,
Em cuidados paliativos,
Aguardando o esforço de uma vida,
Histórias,
Que serão esquecidas,
Por um buraco,
Engolida,
Sem poder fazer nada.