Vivências
Sou antiga como os anéis e nós da madeira
Tenho o frescor da nova flor que o orvalho umedeceu
Carrego as quatro estações dentro deste peito meu
Tenho a alma inocente com toques de feiticeira
Deixei pegadas plantadas nos mais variados rincões
Como também no asfalto de megalópoles febris
Misturei saliva e lágrimas em doses com zimbro e anis
Passei como quis por vielas entre acertos e senões
E se de algo me arrependo, é de teor irrelevante
As páginas do meu livro espelham que digna fui
O que importa é que resisto e meu sangue ainda flui
Meu frasco é singelo, mas bem mais forte que dantes.