SOMBRAS
Nas sombras incertas, vagueio sem rumo,
Esquecido, o eco é meu próprio resumo.
O amor floresce, mas me esquece sutil,
Prefiro a solidão, que esse silêncio hostil.
Tempo, amigo ou juiz, em seu compasso,
Silencia o sentir, oculta o embaraço.
Um sorriso vago, sem gosto, sem cheiro,
Atrás da ilusão, persisto por inteiro.
Mania de querer mais, incessante,
Em cada olhar, mistério constante.
Torturam-me todos, na dança efêmera,
Vivi ou passei? A resposta é uma quimera.
Tião Neiva