Fuga
Só peço que a razão me liberte,
E a loucura me domine.
Amarras que me prende a falsos valores,
Se quebrem,
Pessoas que se definem superiores,
E que suas palavras e ações,
Que insiste em magoar,
Presas a modelos que oprimem,
Se afoguem no lago,
Em seu próprio Narcisismo,
De suas vidas oprimidas.
Que a sanidade que vive em mim,
Não seja repreensiva,
Opressora,
Ou corretiva,
E que o sofrimento que isso me causa,
Seja leve,
Livre,
Se transforme em alegria.
Ai como queria…
Que as árvores me acolhessem,
Me abraçar sem,
E a chuva,
Abençoasse meus dias,
Pássaros sussurrando em meus ouvidos,
Como orquestra desafinada,
Mas tudo em perfeita sintonia.
Que não me falte o mar,
E na ausência dele,
Um rio,
Para me banhar.
Quero a lua,
Sempre bela,
Que chega a estrelas ofuscar,
De tão intensa a brilhar,
E um sol para aquecer,
Esquentar,
Dando a vida,
Um magnífico clarear.
Não quero o compromisso que o capitalismo me impõe,
Nem as facilidades que nos prendem,
E limitam,
Das redes,
Quero apenas descansar,
Não quero a exposição,
Dos rostos bonitos,
De vidas vazias.
Faço armadilhas,
Para minha consciência explodir,
E a Insanidade reinar,
Nesse mundo de contradição,
Me nego a dizer que sou daqui,
Não pertenço a este lugar.
Vim de um planeta distante,
Galáxia desconhecida,
Cai de um cometa,
E estou aqui,
Com a vida perdida,
Procurando soluções,
Buracos,
Alguma saída,
Uma fuga da realidade,
É a cura,
Que procuro por toda esquina.