Faíscas

Sinto a morte ao meu lado

Destemida eu a acolho

Implorando em sigilo que me leve antes da loucura

Que tenha compaixão com minha mente difusa

Minha amiga confidente e fiel

De tantos instantes e flertes

Olhamos uma para outra desde o princípio

Ela nada fala mas diz tudo

Quando a questiono ela sorri

e me abandona na noite escura

Em meus sonhos sempre a vejo

Nem sempre a compreendo, mas sempre a aceito

Sei que tudo no fim a ela se rende

E que um dia também, em meu último suspiro

Ela vai me receber

e me preparar com maestria uma cama em sua casa.

Na travessia do aqui para o além

somos apenas faíscas.

Rodonita
Enviado por Rodonita em 16/11/2023
Reeditado em 16/11/2023
Código do texto: T7933263
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