Faíscas
Sinto a morte ao meu lado
Destemida eu a acolho
Implorando em sigilo que me leve antes da loucura
Que tenha compaixão com minha mente difusa
Minha amiga confidente e fiel
De tantos instantes e flertes
Olhamos uma para outra desde o princípio
Ela nada fala mas diz tudo
Quando a questiono ela sorri
e me abandona na noite escura
Em meus sonhos sempre a vejo
Nem sempre a compreendo, mas sempre a aceito
Sei que tudo no fim a ela se rende
E que um dia também, em meu último suspiro
Ela vai me receber
e me preparar com maestria uma cama em sua casa.
Na travessia do aqui para o além
somos apenas faíscas.