Caminhos de Resiliência: Descobrindo-me Preto
Quando me descobri preto, na adolescência,
Minha vó me contava sobre nossa essência.
Bisavô nascido na Lei Áurea, um marco histórico,
Tataravó escrava, um passado trágico.
Nas veias corria a força de uma luta,
Dos antepassados que enfrentaram a labuta.
Orgulho pulsava em cada célula do meu ser,
Por carregar a história que me fez crescer.
A pele escura, um traço de resistência,
Símbolo de uma cultura cheia de vivência.
Ergui a cabeça, com amor e gratidão,
Honrando cada ancestral, sua contribuição.
Descobri que ser preto é carregar uma herança,
De coragem, sabedoria e esperança.
Na jornada da vida, encontrei meu caminho,
Com orgulho de ser preto, em cada cantinho.
Meus bisavós podem não estar aqui presentes,
Mas sua memória vive em mim, eternamente.
E assim sigo adiante, com força e determinação,
Celebrando minha negritude, sem hesitação.
Em cada traço do meu rosto, um legado ancestral,
A beleza da minha pele, um orgulho imortal.
Nas danças, nas músicas, na arte que me envolve,
Expresso a minha identidade, com paixão e resolve.
No olhar dos meus antepassados, vejo a resiliência,
A luta por liberdade, a busca pela existência.
Honro suas histórias, suas batalhas sem fim,
E nas minhas conquistas, encontro força em mim.
Caminho com passos firmes, com convicção,
Rompendo estereótipos, desconstruindo a opressão.
Pois ser preto é resistir, é se reinventar,
É mostrar ao mundo que temos muito a conquistar.
Com amor e união, seguimos adiante,
Celebrando nossa cultura vibrante.
Erguendo a voz, lutando por igualdade,
Pela valorização da nossa diversidade.
Assim, me descobri preto e me encontrei,
Um elo de uma corrente que jamais se desfaz.
Com orgulho no peito e sorriso no olhar,
Vou seguir adiante, sempre a me afirmar.