Caminhos de Resiliência: Descobrindo-me Preto

Quando me descobri preto, na adolescência,

Minha vó me contava sobre nossa essência.

Bisavô nascido na Lei Áurea, um marco histórico,

Tataravó escrava, um passado trágico.

Nas veias corria a força de uma luta,

Dos antepassados que enfrentaram a labuta.

Orgulho pulsava em cada célula do meu ser,

Por carregar a história que me fez crescer.

A pele escura, um traço de resistência,

Símbolo de uma cultura cheia de vivência.

Ergui a cabeça, com amor e gratidão,

Honrando cada ancestral, sua contribuição.

Descobri que ser preto é carregar uma herança,

De coragem, sabedoria e esperança.

Na jornada da vida, encontrei meu caminho,

Com orgulho de ser preto, em cada cantinho.

Meus bisavós podem não estar aqui presentes,

Mas sua memória vive em mim, eternamente.

E assim sigo adiante, com força e determinação,

Celebrando minha negritude, sem hesitação.

Em cada traço do meu rosto, um legado ancestral,

A beleza da minha pele, um orgulho imortal.

Nas danças, nas músicas, na arte que me envolve,

Expresso a minha identidade, com paixão e resolve.

No olhar dos meus antepassados, vejo a resiliência,

A luta por liberdade, a busca pela existência.

Honro suas histórias, suas batalhas sem fim,

E nas minhas conquistas, encontro força em mim.

Caminho com passos firmes, com convicção,

Rompendo estereótipos, desconstruindo a opressão.

Pois ser preto é resistir, é se reinventar,

É mostrar ao mundo que temos muito a conquistar.

Com amor e união, seguimos adiante,

Celebrando nossa cultura vibrante.

Erguendo a voz, lutando por igualdade,

Pela valorização da nossa diversidade.

Assim, me descobri preto e me encontrei,

Um elo de uma corrente que jamais se desfaz.

Com orgulho no peito e sorriso no olhar,

Vou seguir adiante, sempre a me afirmar.

Jeremias Santos
Enviado por Jeremias Santos em 13/11/2023
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