O entrópico toque do desejo
O entrópico toque do desejo, que sem medo
Dita as novas regras de um jogo que sequer começou.
Detalhes estudados com pouca eficiência;
Displicência na análise dos fatos.
Um ensejo, que de tão gasto, torna-se a marcação
Que usaremos para voltar e entender os dias
Folheando as incontáveis páginas de alegorias
Que já mostravam, primeiro a nós
E depois, a todos
O que já era perceptível desde o princípio.
Uma breve lição sobre consequências, causas e efeitos
Como o tombo primordial, de uma fileira vertical
De pequenos tijolinhos brancos
Que leva com ele todos os seus pares em sequência
E contam os pontos totais desta tragédia mal ensaiada.
Desta vestimenta de conto-de-fadas
Que você tão egoistamente costurou
E tão orgulhosamente os presenteou
Para que todos atuem em seus papéis
Dos quais não pediram para participar.
Das decisões amortecidas pelo afago, pelo aconchego
Pelos ombros confortáveis que você tão insistentemente rega
Na esperança de que as raízes um dia apareçam
E você as finque em solo fértil.
Nas palavras doces que afagam uma mente azeda, putrefata
Nos desencontros, esquecimentos de datas
Perceber, lentamente, mesmo que preferindo não crer;
Crendo, rapidamente, mesmo que sem perceber,
Que as escolhas foram erradas; suas raízes não estão enfincadas
E agora basta um vendaval para despencar.