MEU NOME É SOLEDAD

No olimpo das ideias, tracei meu rumo,

Escutando Platão, abandonando o prumo.

Ideias inatas sobre o ser me envolveram,

Sofistas ilusórios, seus enganos se perderam.

Protágoras, Górgias, Hípias e a retórica vã,

Deixei para trás, em busca de uma verdade irmã.

O Evangelho segundo Saramago, Jesus humanizou,

Metáforas cristãs, com suavidade, transformou.

Em Macondo, cidade de sonhos de Garcia Marquez,

Cem anos de solidão, entre real e o que parece.

Dramas da alma, nos Miseráveis de Hugo,

Reinvenção humana, Shakespeare me revelo.

Maquiavel político, Chevalier contemporâneo,

Nas grandes obras, enxergo o humano eterno.

A novela de cavalaria, Cervantes me fez sorrir,

E "La lengua de Cervantes", pude discernir.

Alado a Dante, do Inferno ao Paraíso,

Detalhes colhi, num mergulho preciso.

Beethoven, Mozart, Bach e Chopin a tocar,

Prelúdio N° 1 em C maior, celeste a vibrar.

Nos pincéis de Monet, Michelangelo e Van Gogh,

Renoir, Matisse, Dali, e Botticelli, o fio da vida traço.

Da Vinci, genial, em suas obras sem par,

Viajei com meus olhos, a beleza a contemplar.

Antonio Vieira, prosa rica, e Pessoa universal,

Filosofia de não filosofar, no âmago, imortal.

Andarilho infindável, meu caminho sem fatalidade,

Tudo escrito nas estrelas, decifrar, a necessidade.

Nas constelações, como se ligam os pontos,

Régua e compasso, meu guia nos prontos.

Compreender o ponto final, o mistério do Criador,

No alfabeto de Deus, decifro, buscando o amor.

Estêvão Zizzi
Enviado por Estêvão Zizzi em 10/11/2023
Código do texto: T7928921
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