AMOR DE POESIA
És a palavra que no poema confesso
sem que nunca dê asas à voz
… Na alma o sei, no beijo que na tua boca deixo,
declaro, como um sol que arde,
tu o sentes no desejo que grito,
tu o sabes, no gosto da saliva,
na timidez do olhar
que contradiz a luxúria do corpo...
Porque o corpo mostra,
no arquear da pélvis
te recebendo,
fazendo de ti dogma, rito, sagrado.
No gemido que da garganta brota
Verso declamado, cântico em júbilo.
Como flores duma trepadeira,
vermelhas, tenras e viçosas,
madressilvas, rosas, jasmins, papoulas.
Exalam cheiro de vida que se eterniza,
nascem por entre rochas,
as pétalas vencendo os espinhos,
beleza que não se oculta,
reverbera, vocifera, se mostra ao mundo.
Serás sempre o motivo da palavra escrita,
mesmo quando não falo de amor
calo teu nome.
… Não o posso relegar
És sonho
Faço de ti riso
Poesia.