Bebo em tuas fontes

 

As coisas do espírito não flutuam na superfície do mar da vida.

Só mergulhando no mais profundo abismo interior

para que esse vislumbre aconteça.

 

Por isso faz-se necessário a migração interior,

para conhecermos quem somos, o que somos

e nos reconhecermos em nós, no outro

e na sua presença em nossa vida.

 

Procuramos no outro o que não encontramos em nós.

E só podemos ver a beleza do espírito ao olharmos, pela luz,

para dentro do poço escuro e profundo.

Pois a beleza das coisas não está na casca que se pode ver e tocar.

A verdadeira beleza é a do espírito e está no fundo do fundo da alma.

E de certa forma esta beleza é o espelho do outro em nós,

na nossa vida, em nosso mundo.

 

Por isso tornei-me aprendiz de ti.

Bebo em tuas fontes fundas e de águas cristalinas e puras.

Sabedoria e luz que brotam do interior de tua alma.

Mas, não aponte os dedos me indicando o caminho.

Siga à minha frente, fixe marcos da tua estrada

e saberei fazer as minhas,

deixe pegadas visíveis que eu possa compreender

e saberei por onde caminhar minhas mãos sedentas de luz...

 

As coisas do espírito não flutuam na superfície do mar da vida...