Bem-vindos a esse meu castelo no ar!
A essa tão ampla e humilde instalação feita somente de ar, 
nas alturas e do tamanho de um sonho alto, com uma abóbada celeste, 'estufa', um chão de estrelas, 
cobrindo toda a vastidão... também com esquina para a casa da Nilcea de onde ela sai com algum vestidão!
Na rua dos bobos da corte, na encosta e barreira do som e fúria, mas sem chão se se ver todo um sonho se desmoronar!
Um castelo no ar dentre os tantos que construo, já construí, possa construir, ver ruir ou 'se dissipar'!
Edificado sobre uma nuvem que passa, de 'estilo nefelibata', feito do que imagino, coloco na cabeça, acredito... 
de oxigênio, carbono, celulose, inspiração e do mesmo material que são feitos os sonhos mais lindos(e delirantes!)
Com vista para além do arco-íris, para um mar-de-rosas e próximo a linha do horizonte com tráfego aéreo e saída para a Via-Láctea!
Feito do que se faz de conta, com o que se propõe, presume, pretende...
Com súditos imaginados, 'virtuais', possíveis ou prováveis...!
Num reino utópico governado pelo meu eu-lírico ao lado de uma musa idealizada num 'Estado Idiossincrático' e povoado por quimeras mil!
Onde a poesia dita e edita, rasura, conjura e canta suas leis!
No ar e feito de brisa...
no ar ao lado daquele amor, suas suspeitas e tudo aquilo que já se sabe!
Em constante conflito com essa dura realidade!
Uma fortaleza sem muros, separações, medida, 'escansões' e fortificada, garantida e totalmente segura com meu entusiasmo e certeza!
Em suas instalações se dão amores impossíveis, estão outros rumos, outras histórias...
sem calabouços, masmorra, murmúrios e num céu com diamantes, onde pode estar o paraíso e ainda estariam alguns astros conspirando a meu favor!
Com o Olimpo, Ícaro, o sol e o unicórnio tatuados no 'garrote' ou na espádua dela...
No ar, na ponta e no pico do Dedo de Deus, numa Serra Imperial, no Reino do Céu, com um avião de papel e os 'pequenos paraquedistas' dos Afonsos 
saltando para uma guerra que tomara-deus nunca haverá de acontecer!
Com as ondas de rádio, vibrações do pensamento, sem poluição, bombas e com uma estrela cadente e um pedido de paz...
com sinfonia de pardais, majestades sabiás, garrinchinhas, o luar do sertão e seu ar puro, esses prédios, o neon, as pétalas de uma flor dente-de-leão!
Com um grifo, pégaso, centauro, discos de metal, entre nuvens de palavras, 'grifos e sonhos meus'...
e onde flutua a pluma que transcreve o que fantasio!
No ar e aqui mesmo onde estou, onde estão... em qualquer lugar!
É um castelo, mas só eu vejo junto com tantas possibilidades!
No ar e contagiante com toda uma alegria!
Bem-vindos a esse meu castelo no ar e por favor não reparem a bagunça dessas nuvens espalhadas e esses meus pés descalços e fora do chão?!

 

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