Um diário de dúvidas
Abro os olhos,
Desespero,
Isso é vida?
Ou pesadelo?
Sinta-se feliz,
Sendo acordado por um histérico despertador,
Abro a janela,
Ainda não há sinais de luz.
Um banho quente,
Para a cabeça esfriar.
Tantas obrigações,
E justo hoje,
Que não estou afim.
Deixo o leão à solta,
Por vir,
Venha me devorar!
Se eu te contar que mato um de você por dia,
A raiva pode aumentar,
Hoje,
Só por hoje,
Não quero te matar.
Ouço as falas,
Que dizem as mesmas coisas,
Lamentações,
Narcisismo,
Frustrações,
Parece que nada muda,
Nem tudo,
É capaz de mudar.
Celular toca,
Mais uma cobrança,
Eu sei,
Quando der,
Eu vou pagar,
Mas pobre do atendente,
Mandei-o ir se fuder,
Não me encher o saco,
E para de ligar.
O céu nublado,
Assim como minha alma,
Que só queria ir embora,
Se não daqui,
Me refugiar na cama,
E no profundo silêncio,
Mergulhar.
Meu joelho dói,
Tenho calos na garganta,
De tanto rezar.
Os santos e deuses,
Devem estar assoberbados,
Eu sei,
Sou chato,
Assim como eu,
Não querem mais me escutar.
Peço perdão,
Mas é o ciclo da cobrança,
E a fé que me liga aos céus,
Hoje,
Não quis levantar,
Continua o sono,
E sem esperança,
Decidiu na cama ficar.
Cansado,
Resolvi escrever,
Apenas assim,
Um alívio,
Se pode aplicar.
Mesmo com alívio,
Vezes a dúvida invade,
E me vem essa questão,
A covardia?
É de quem vai ou de quem fica?
Não sei responder,
Tão pouco explicar.