Ritmo
O que já foi feliz, já não é mais,
O que passei deixou de importar.
Criança que brinca é feliz,
Mas eu brinquei, apostando a minha vida, esperando ter outra chance no fim.
Atrasei meu rolê inteiro logo no estopim.
Foi como não escutar o tiro de partida e perder toda a vantagem que tinha,
Olhando confuso, todos começando a corrida antes mesmo de entender que estava participando dessa tal vida.
Agora me conformo com o que restou, tentando amar o que sobrou e não sentir a falta do que nunca funcionou.
Abraço o meu eu antigo por querer ser genuíno,
Reflito sobre meu eu de hoje por não querer estar no corpo que habito.
Desejo o melhor para mim do futuro, pois acho que o ditado de que o tempo cura tudo é tão falso quanto qualquer minuto que vivi tentando agradar quem nem amo muito.
É o amor que tudo cura, senti ele atravessando minha pele, não como uma flecha do cupido, está mais para um tiro de 45.
Atiraram no meu peito, mais atrasado do que o combinado,
Fui obrigado a passar por essa tortura, mesmo com pouca experiência e desenvoltura.
Ainda estou nessa caminhada, apesar de tudo isso ser só uma prosa,
Me sinto bem de lerem sobre a minha primeira revolta.
Acho revolucionário se amar quando tudo parece errado,
Posso até ter meu charme, ter tanto carinho que às vezes até passo por otário, mas meu amor por mim mesmo ainda não é tão requintado.
Mas me conheço a pouco tempo, então me dou algo que não quis dar a mim mesmo,
Um descanso de um momento enquanto procuro o sentido na bagunça em que me meto, enquanto tento viver pela primeira vez em muito tempo,
Numa vida que neguei viver até ficar velho demais para senti-la por completo.
Aprendi que nasci errado,mas pelo menos nao desfiz do carinho que me mostraram