FOME, CAPITALISTA

A Sabiá veio a cantar

na derradeira hora dele

Quem será que virá cantar

Na minha derradeira hora?

Talvez os biquinhos Vermelhos

Que caiam no visgo

Que cobriam o arame

Armadilha que papai fazia

Para capturá-los e vendê-los

Salvando-nos da maldita

Fome, dita comunista

Porém capitalista

Criada pelos bem nutridos

Cheios de desinformação

Iludidos na razão,

Ignorantes da raíz

De onde brotaram

Descendência européia

Cegos de paixão

Sem nunca saber

Que eram pobres

Imigrantes excluídos

Dos monstros da guerra

Donos da Terra

Perdoada estou

Pelos meus lindos

Pássaros inocentes

Biquinhos Vermelhos

Muito Penalizava-me

Vê-los na gaiola

Prisioneiros vendáveis

A matar-nos a fome.