Cerne
Há um não sei o quê em mim
Que não me gosta
E inflige as leis da dualidade
Imposta pelo meu querer.
Em corpo atado à alma
Tão desanimado aposta
Na imersão de ir embora
Para um onde que não sei quando.
Não é fácil desatar os nós
Tecidos por nossa mãe em útero,
Cingidos por Deus em carne
Atados pelo tempo..
Eu permaneço então
Descrente da capacidade
De ser, estar e de fingir.
É preciso aceitar as dores
Que nos impuseram
Até, por si só sanar
A decisão cruel de mim
Separar-se de mim mesmo!