PENA(S)

PENA(S)

Janaína Bellé

Do tinteiro jorra o sangue poluído

Lágrimas e dor compõem a cena

Fizeste-me assinar a tua miséria

Ao bel-prazer como quem depena

Deixa marcas não só no papel

Enquanto assenta a tua pena

É preciso nutrição à essência

Planta parasita é tão pequena

Nem todo oprimido se torna opressor

Há relações que não valem a pena

Viver a carregar o mundo nas costas

E se culpada, aceito a minha pena

A ovelha recolhe seus destroços

Supera o inverno de forma serena

Vulnerável, a mercê da condenação

Apesar da injustiça, cumpri a pena

Farejo lobo em pele de cordeiro

O mundo gira, ao que coordena

Tomei as rédeas da própria vida

Fui eu quem assinou a tua pena!

@janaina.belle

Palavras Líquidas
Enviado por Palavras Líquidas em 07/10/2023
Reeditado em 05/02/2024
Código do texto: T7903381
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