A ESTREITA PONTE
A grande travessia
Do abismo da vida
Manter a essência do ser
No que sempre foi, É
Sem ilusionismo de
Vir a criar um ser
Que nunca será
Esse é o grande vazio
Entre dois solos
No estreito atravessar
A busca do vir a ser
Na oscilação do ser e ter
Um espaço a preencher
Abismal, no centro do peito
A kundalini lenta a subir
Para a Luz emergir
Do ontem ao amanhã
No hoje presente
Ainda em semente
A flor de lótus a se abrir
Há dor nesse florescer
Névoas teimam nublar
A visão do resplandecer
Eis a grande questão
O despertar do ser
Para o que sempre foi e É
Uma divina partícula do Todo.