Nos Corredores do Silêncio
Em uma casa de tempos idos, de madeira e bruma,
Cuido de minha tia, ela, no leito de pena e espuma.
O silêncio reina soberano, nas paredes gastas,
Ecoando segredos, como antigas memórias gastas.
O relógio de pêndulo, com seu tic-tac constante,
Marca o tempo com melancolia, como um amante distante.
Nos quadros a óleo nas paredes, retratos desbotados,
Testemunhas mudas de anos passados, segredos guardados.
Minha tia repousa, em sua solidão profunda,
Como uma rosa murcha em um vaso que se inunda.
Seus suspiros sussurram histórias, que só eu posso ouvir,
Na quietude da casa, o passado parece renascer.
Cada rangido de assoalho, um eco do passado,
Cada sombrio corredor, com segredos encurvados.
Mas na serenidade deste lugar, aprendi a ver,
O que minha tia passava, em silêncio, a sofrer.
Nesta casa antiga, onde o tempo se enrola e desliza,
Aprendi o valor do cuidado, do amor, da brisa.
E minha tia, em sua solidão, encontra alívio,
Na presença de um familiar, neste antigo casarão cativo.