lembrar de hoje
o peito dói
e eu preciso me convencer
que o chão não vai cair,
que o céu não vai me amassar,
que as estrelas vão brilhar até
o dia seguinte
a cada momento que entra ar
em meus pulmões,
a cada rua que atravesso
olhando para os lados quatro
ou cinco vezes,
pensando se tranquei a porta
ao sair de casa,
pensando se bebi café o suficiente
para não dormir no meio do caminho
e para não me tremer o dia inteiro,
pensando se o cansaço vai me vencer
agora ou depois,
pensando se sobreviverei
mais uma tarde
nessa caótica cidade
e na minha caótica cabeça.