Dos líquens da minha vida

 

Os líquens que caem pelo ar

no sopro do vento sou eu.

Me deixo levar pelas ondas

e intempéries da vida,

às vezes, alma embriagada de encantos,

noutras chovendo chuva em meus pra dentro.

 

Se silencio é porque quero falar e não consigo,

se falo é quando devia silenciar e não o faço...

Na mudez grito! E o eco de minha voz

caminha pelo seu silêncio,

pelas brumas da manhã e a chuva da tarde.

 

Articulo pausas na cadeira

e os dedos se põe a tocar o piano da vida

para repousar, descansar do cotidiano,

tão difícil, tão pesado e vazio... às vezes.

 

Acordo sorrisos pela manhã

e adormeço te olhando em meio à escuridão

mesmo que só vejo minha própria face

sendo banhada por beijos de luzes...

 

Rolo na cama a madrugada,

crio desenhos e sonhos na escuridão

converso comigo mesma, me falo

me digo tudo que quero ouvir...

 

Eu te amo!

Também te amo, Maria!

 

E minha face se ilumina

são beijos de luzes que o Sol me faz

enquanto Eu Sonho... cada noite...

em seus raios luminosos

perfumados de amor, um dia acordar!