Horas de Silêncios

 

É um choro, um lamento

que percorre os ares

do mais profundo abismo interior.

 

Alcança as pausas dissonantes

de um enredo que não sei o fim,

nem mesmo o seu início eu sei...

 

Talvez caminhe

no sentido inverso aos dramas...

Talvez seu fim esteja

em seu início

evidenciando a perenidade,

a eternidade do sentir.

 

E fazem coro os anjos,

os deuses da terra e do céu...

e choram as dores numa cascata,

numa enxurrada de cantantes

que silenciam ao som profundo e rouco

de um tambor de sofrimento.

 

É quando as mãos de piano

estendem seu manto de delicadezas

fazendo sintonia com o coração.

 

Tão doce a tristeza,

tão meiga a face em dor...

a dor de amor...

a dor de amar é dádiva...

é clava que ressoa melodias

na melancolia

destas horas de silêncios...