Cosmosomática

No girar de outro tempo

No passar de outro astro

Gravitam recordações translúcidas do passado

A história perdura neste templo do inconsciente na memória.

E o presente e futuro

Em frêmito ardor entre estrelas mortas

Dissociados em milhões de constelações

pairadas no abismo

Captura o olhar da criatura refratada em

carne, sangue e sentidos.

Há delírio nessa contemplação fixa.

O humor e horror, nascidos de uma mesma vinha,

Desfocam a princípio do êxtase,

O julgamento do que o assusta e fascina.

Mas após a recaída do onírico,

Em choque perceptivo

- Ou retorno pródigo do espírito -

A matéria fita sua simbologia,

Mira seu criador onisciente, o infinito vácuo

espontâneo do universo e da vida

E reconhece em excitante prelúdio

A origem do pensamento,

A síntese de suas partículas…

Que como marca do vazio recreativo

estão incutidas em cada ser

E na areia celeste que recaí infindável

no firmamento, no circular eterno,

indiferente, das espirais místicas.

Laura Mancini
Enviado por Laura Mancini em 05/09/2023
Código do texto: T7878574
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